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11 novembro 2009

Blecaute e tecnologia: um bom observador, assim como a justiça, enxerga no escuro

O blecaute da noite de ontem será hoje um dos assuntos mais discutidos das mídias, sejam as tradicionais (como jornal, rádio e TV) ou uma das novas vertentes sociais (sites, blogs, redes sociais em geral, etc). Não vou me aprofundar na discussão do que, como ou quem, isso pode ser visto e discutido em vários lugares, mas quero comentar a reação das pessoas nas ruas e a presença da tecnologia no nosso dia a dia.

Estava passando por Moema, bairro da zona sul de São Paulo, quando o blecaute começou. O trânsito ficou um caos e passei um bom tempo parado no congestionamento relâmpago que se formou nos principais cruzamentos do bairro. Comecei a passar o tempo observando as pessoas e percebi que a maior parte estava usando o celular, seja andando a pé ou dirigindo, imagino que por N motivos diferentes.

Depois de uns bons minutos consegui sair do lugar! Cheguando na Vila Mariana fiquei surpreso em ver que lá também não havia luz - até esse momento pensei que o apagão era localizado! Minha reação foi abrir o browser do celular e entrar no G1 para ter alguma notícia, e só ai fiquei sabendo que tivemos um blecaute e que várias cidades do Brasil estavam totalmente as escuras. Pouco depois pensei em escrever no twitter o que estava acontecendo, mas bastou poucos cliques no N95 para ver que várias outras pessoas tiveram a mesma idéia, e o assunto #blecaute era um dos mais discutidos da noite.

Mais um pouco de trânsito e algumas ligações depois, consegui chegar em casa e usando o flash do celular como lanterna (meu antigo Sony Ericsson k550i tinha um aplicativo nativo que quebrava grandes galhos, ja que mantia o led do flash da câmera ligado indefinidamente, coisa que meu celular atual infelizmente não faz mesmo com ajuda de tantos aplicativos desenvolvidos para Symbiam) pude entrar, sendo recebido em uma sala a luz de velas! Outra curiosidade foi encontrar um radinho de pilha em casa, ligado sobre a mesa, como centro das atenções da casa - imagino que coisa semelhante acontecesse na década de 30, quando toda a família se reunia a volta do rádio de ondas curtas para se maravilhar com as vozes que vinham de longe. Até aquele momento não havia passado pela minha cabeça sintonizar o rádio para saber mais do blecaute, mesmo porque a internet sanou todas as dúvidas em poucos minutos, coisa que no rádio teriam passados muitos até que o repórter chegasse no assunto que me interessava.

Desde 2009 houve no Brasil a explosão nas vendas de smartphones, o que aumentou ainda mais a capacidade do indivíduo de estar conectado e socializar a cada minuto, indo além dos 140 caracteres do SMS e dando condições através da internet de compartilhar seus momentos com muito mais pessoas de uma vez. É o tempo da superexposição dos indivíduos!

Vendo isso consigo entender melhor o fenômeno da tecnologia móvel. A popularização do celular diminuiu fronteiras e criou novos hábitos. Mesmo sabendo que eu e tantos outros profissionais de TI somos pontos fora da curva, ja que temos fome por novos tecnologias, as mudanças podem ser percebidas em poucos minutos, mesmo numa noite escura.


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Cobertura do apagão no site do G1 aqui

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